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sábado, 11 de abril de 2015

Cargas - Greg Clydesdale

"A Europa precisou de tempo para desenvolver seu potencial comercial; mas, assim que o processo começou, ela criou as redes que fizeram do mundo um todo integrado. Com o fervor dos cruzados, os espanhóis e portugueses capitalizaram-se graças às rotas comerciais traçadas por Cristóvão Colombo e Fernão de Magalhães para criar a primeira rede comercial verdadeiramente global. Dominaram o Atlântico e o Pacífico, constituindo novos mercados e desenvolvendo os recursos recém-descobertos. Lubrificados pelo ouro e pela prata da América do Sul, os ibéricos comerciavam de Macau, a leste, até o Brasil, a oeste, enquanto o famoso galeão Manila ofereceu a primeira ligação sólida entre a Ásia e a América do Norte. No Ocidente é comum ver essa rede como evidência de uma supremacia comercial européia, mas os chineses e os guzerates ainda dominavam os oceanos do Oriente. Os europeus podiam até viajar para mais longe, mas as cargas da Ásia tinham um volume e um valor maiores"

Transcrito do livro "Cargas: como o comércio mudou o mundo. A história do transporte de mercadorias, de 618 até hoje". autor Greg Clydesdale, tradução de Dinah Azevedo, pag. 18, 1ª edição. Rio de Janeiro: Record, 2012.

Greg Clydesdale é economista e professor de economia no Departamento de Gestão e Negócios Internacionais da Universidade de Massey, Nova Zelândia, possuindo doutorado sobre os determinantes da liderança industrial e do crescimento econômico, sendo também autor do livro "Oportunidade empresarial: o lugar certo na hora certa".

Em Cargas, o autor descreve o fascinante caminho da evolução das trocas comerciais e sua logística de transportes, indo desde as primeiras grandes rotas comerciais até o fenômeno mais recente da globalização. Ele narra também a trajetória e os feitos dos grandes comerciantes e a constituição dos principais conglomerados e corporações do capitalismo. Para quem milita no comércio exterior, é uma leitura fascinante e rica em informações sobre a evolução da produção, do comércio e dos transportes nos negócios internacionais, procurando ir além da visão eurocêntrica que tanto limita nossa compreensão da história da humanidade.
Por F@bio