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quinta-feira, 22 de julho de 2010

Cargueiro Japonês - Luli e Lucina


“trem na paisagem, lá
trem de minério, sol
trem indo embora, dó
um trem de Minas
tesouro indo, lá
de ferro em ferro
pra dentro da pança
do cargueiro japonês
do cargueiro

ruído que cobre o mar
budum que estraga o ar
trem indo embora
um trem de Minas
leva as montanhas
carrega as montanhas
pra dentro da pança
do cargueiro japonês
do cargueiro

vindo de longe parece um brinquedo
é cobra sem fim correndo o litoral
corre mais em mim ameaça sideral
vai meu sangue chão pro Japão
voltam relógios, máquinas fotográficas
computadores, brinquedos eletrônicos
todos mistérios, feitos dos minérios
que se vão na pança
do cargueiro japonês
do cargueiro

ficam nos trilhos
depois que o trem passa
muitos vaga-lumes
carregando a pilha
olhar é maravilha
espécie de mágica
que escapou da fome
do cargueiro japonês”


Luli e Lucinda em sua letra falam do trem cargueiro comprado no Japão para levar o minério de Minas para os quatro cantos do mundo. Levam as montanhas de Minas para o exterior. Vai minério, volta computador, brinquedo, relógio. É o comércio exterior. Cargueiro Japonês remete a outra música, de Milton e Fernando Brand, que fala de um cargueiro mais antigo, a Maria Fumaça, que também cruzava as Gerais.
Cargueiro, trem de minério que leva o grão do solo, o tesouro do chão, na pança, no vagão. São os morros de Minas que vão saciar a fome do mundo, por ferro e por aço. Montanhas que vão, deixando  triste o horizonte, como denunciado por Drummond. Ah trem de ferro, vai seguindo seu caminho rumo ao mar, cruzando vales e colinas, campos e cidades. Ah cargueiro japonês, vai serpenteando sobre trilhos, cruzando o horizonte, carrega pra longe, pro porto, pro mar, o chão de Minas. Leva pra outro cargueiro levar. Leva  o grão da terra, traz máquina, leva o sangue chão, traz o carro e o furgão. De cargueiro para cargueiro, leva pro mar,  pro Japão, pra China, pro Oriente, pra Europa, pro Norte, pra morte. 
Por F@bio