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segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

Cais do Corpo - Mônica Salmaso

De: Mônica Salmaso

"Era uma rua estreita, barulhenta
com gente andando por todo canto
ele pensou sonhar estar num cais
no cais do porto de Santos


Luminosos em neon colorido
piscavam nos hotéis, bares
restaurantes, boates
dizendo nomes dos mares


Mas viu que era real
que as mulheres o chamavam
oferecendo o seu corpo
cais do porto, cais do porto


De repente a voz
de uma mulher, Maria
que parada à sua frente
uma mesma frase repetia


Maria fazia poesia sem pensar
ser poesia o que queria dizer
na cama para os fregueses
para si mesma sem querer


Maria inventava coisas lindas
com as quais encobria
o nome dos sexos
e o que se fazia com eles todos os dias


Ficou famosa por inventar
ser seu sexo um cais
o doce cais do seu corpo
onde o sexo dos machos podia vir atracar


Ela via naquele homem
com o olhar perdido
vagando, sem a ver
tanto pedido de prazer


E lhe dizia, e repetia
cais do corpo, cais do corpo


O encontro dos dois
apagou as ruas, os hotéis
calou os luminosos
as boates, os bordéis


Tudo vinha em ondas
arrepios, explodindo em gozo
um dentro do outro
no cais do corpo, no cais do corpo


Como vem do mar
o barco navegante
no cais do porto atracar


Vem vindo do amor
o barco do amante
no cais do corpo atracar."


Obtido de letras.com.br em 17 de novembro de 2010.



Cais do porto metaforico se transforma em cais do corpo. Monica Salmaso fala do porto dos amantes, dos bordeis, boates, dos encontros amorosos de marinheiros solitarios, sendentos do corpo feminino. Aconchego encontrado no corpo das mulheres da vida do cais. Mulheres-cais onde atracar o sexo, aplacar o desejo do gozo. Porto de amantes passageiros...
Monica Salmaso é cantora e tem discos com musicas de Baden e Vinicius, Tom e Vinicius, e muitos outros trabalhos que podem ser conhecidos no site: monicasalmaso.mus.br.
Por F@bio